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Tuesday 29 November 2016

As festividades que se aproximam...

Ando cansada, chateada e ando muito desmotivada...
Ter os miúdos doentes também não ajuda...e há dias bons e outros menos bons!

Hoje é um menos bom por diversos motivos:

Os "terrible two" e a Táta, têm sido um desafio à minha paciência...e ela - a paciência - nunca ou quase nunca aguenta...e muitas vezes dou por mim aos berros com a miúda, comigo e com o mundo!
Entro num sistema nervoso tal, que uma bomba atómica ao meu lado são cócegas...

Ela deixou de comer - antigamente tinha um apetite enorme e de há uns tempos para cá só quer leite, leite e leite - chora, esperneia, grita...deixou de dormir as sestas...e eu juro por Deus que às vezes ela parece que fica possuída!...

A relação dela com a minha sogra (que está connosco desde finais de Setembro) também não tem sido pêra doce...se por um lado brincam juntas, às compras...e com os legos, por outro lado, o ódio/raiva/medo...eu sei lá o que lhe chamar...salta ao de cima e eu não posso nem sequer falar com a minha sogra...ou então a minha sogra não pode mexer-se ou inclusivé respirar...que tudo parece afectar a miúda...e se ela está atravessada, desata logo aos berros e faz birras monumentais...
Adivinhem lá para quem sobra?

Para a "Je"...óbvio...e depois só quer colo e ficar colada a mim..
.
Acreditem que este comportamento tem sido bem difícil de gerir...e às vezes fico exausta porque já não sei mais o que fazer ou como agir! Não lhe vou constantemente bater...e pela conversa já sei que não resulta!
Ela não era assim com a minha mãe...e parva fui eu por idealizar uma realidade que infelizmente não aconteceu...

Pensei eu que o Vincent fosse aquele que - por ser mais pequeno - me fosse dar mais trabalho...mas como a minha avó dizia..."a pensar morreu um burro"!
E agradeço todos os dias (mesmo que às vezes não pareça) de ter cá a minha sogra para me ajudar com eles! O Vincent adora-a...e partilha muitas gargalhadas com ela!
Ao menos que uma das crianças esteja feliz...

Mas adiante com os meus desabafos e vamos ao que interessa...

Está a chegar Dezembro...

Se soubessem as saudades que tenho da minha família!
Tenho-as sempre, mas fico especialmente nostálgica nesta altura do ano...em que as festividades natalícias remontam ao tempo em que éramos todos (mais) unidos.

Um à parte para os comentários que provavelmente vão aparecer:
Sim, já sabemos...O Natal...é uma "festa do consumismo"...ou então (o que eu mais ouço)..."não é preciso ser natal para estar com a família", etc etc e tal.
Cada um pensa o que quer e como quer...mas devemos aceitar que todas as pessoas pensam de forma diferente e considerar que existem mais opiniões que não as nossas...portanto, aceitem a minha, como eu aceito a vossa!

Nesta época, recordo-me das viagens ao norte, da família completa à volta da mesa - sempre composta e bonita, recordo-me do pinheiro de natal delicadamente enfeitado, do presépio gigantesco sobre o musgo, da nossa inocência, da nossa excitação e sobretudo da nossa traquinice...no entanto...recordo-me também da missa do galo e das nossas noitadas depois da meia noite, a fazer um puzzle ou a brincar com um ou qualquer presente engraçado que possamos ter recebido à meia noite....até sermos forçosamente mandados para a cama pela minha mãe, pai ou tio (sim, a nossa tradição é abrir os presentes à meia noite, quem adormecer abre no dia seguinte de manhã).

Quem fala do natal do norte, fala também do natal no Barreiro...em que, com a nossa ajuda e sobre as mãos da minha mãe se tentava criar o mesmo tipo de ambiente já referido...

O meu pai adora(va) esta altura do ano! Todos nós, aliás, mas ele...recordo-me tão bem dele se fechar no escritório a embrulhar os últimos presentes que tinha comprado já em cima do acontecimento,
Até se reformar...foi sempre o trabalho que lhe ocupou mais tempo, mas ainda assim...nesta altura, ele fazia sempre uma última corrida às lojas antes delas fecharem as portas...!

Os anos passaram...E ficou isto...a recordação!
E não consigo deixar de me sentir triste...vazia mesmo...
Apesar de pertencer a uma família grande - éramos 6 em casa, a contar com os meus pais -...cada um seguiu o seu caminho e cada um construiu a sua própria família...
Quando há oportunidade encontramo-nos, óbvio!...mas os seis, num todo...nunca mais passaram um Natal juntos!
E agora ia ser tão giro...com os primos todos juntos a correr pela casa...e eles próprios, a construir memórias parecidas às nossas!

As minhas decorações ainda estão no sótão e muitas vezes a árvore só é montada a 17 de Dezembro...
O montar da árvore era um acontecimento feito, num serão e em família...sendo o mais novo dos irmãos (apesar da luta), incumbido de colocar a estrela no topo da árvore....
Hoje em dia, este ritual, costuma ser feito por mim e somente por mim...pois o maridão não liga de todo a esta época.

Tenho andado a mentalizar-me que este ano as coisas deveriam ser diferentes, que deveria montar a árvore de natal agora, no inicio do mês.

A Táta tem dois anos e quase meio...e este será o primeiro natal que ela vai entender como Natal...

Será que a quero privar disto?

Ou deverei eu começar a criar memórias com ela?

A questão do pai natal andou a assombrar-me a cabeça.
Aqui em Inglaterra é Santa Claus a torto e a direito...e eu não acredito muito na figura do pai natal, apesar de saber que ela...quando for para o colégio, escola...etc...vai ser bombardeada com essa realidade.
Mas eu não fui criada nessa ideia, fui criada na figura do menino Jesus - que a meu ver tem muito mais lógica...
Deverei manter a minha tradição ou ir de acordo com as massas?
Opiniões?

(é giro eu continuar a pedir opiniões...quando tenho a certeza que já tenho a minha formada...mas nunca se sabe! Alguém pode sempre aparecer com uma opinião/conselho fantástico)

Mas como mãe de duas crianças e casada com alguém que não liga de todo a esta época..conseguem entender a minha dificuldade?

Apesar de todas as opiniões sobre o natal...e de o facto de ser ou não uma "festa consumista", não me invalida de querer reviver e reavivar o meu passado!
Certo?

Afinal...das mais belas recordações que tenho são dessa época...e a isso agradeço de coração aos meus pais que sempre acreditaram na magia e nos fizeram acreditar na magia!

E é nisso que quero criar e educar os meus filhos...
Nessa magia!

Com amor,

IE

Wednesday 9 November 2016

Hoje foi dia...

Hoje foi dia de:

Mudar o corte de cabelo,
Descobrir um café português bem ao lado de casa
e
matar saudades de uma bola de berlim!


Alguém é servido?


O meu coração aplaude de alegria e o meu estômago também...

Sem dúvida um dia feliz!

Com amor,

IE

Thursday 3 November 2016

3 meses e meio de Vincent - Parte II (relacionamento com a Táta)

O chegada do Vincent veio alterar a nossa vida...ou melhor, a vida de todos nós nesta casa!



Uma das coisas que mais me perguntaram - desde que o Vincent nasceu - foi o relacionamento entre a Táta e o mano. Para vos explicar este relacionamento, eu não poderia - DE TODO - escrever três ou quatro linhas! Daí ter "nascido" este post!

Quando eu e o maridão decidimos ter um segundo filho, pensámos sempre na diferença de idades e do que seria ou não previsível de acontecer.

Eu tenho uma diferença de um ano e um mês da minha irmã e ele tem uma diferença de cinco anos do irmão. Eu sempre defendi que a proximidade de idades era melhor, até porque (e muito sinceramente) não me recordo da minha vida sem a presença da minha irmã...no entanto, no caso deles, a diferença de 5 anos, fez com que existisse um maior afastamento enquanto cresciam, até porque um já estava em idade escolar enquanto que o outro estava a aprender a andar.

Assim sendo decidimos entre nós que a diferença deveria rondar os dois ou no máximo três anos (por uns dias acabou mesmo por ser quase dois anos de diferença)...Decidimos assim até por razões de logística pessoal, familiar e de trabalho.

O quão enganada eu estava!
Não importa se a diferença são 2, 3...4 ou até 5 anos!
(podem, claro está, existir excepções à regra...nós até temos alguns exemplos...mas no nosso caso, não foi uma excepção à regra!)

A Táta não aceitou nem muito bem nem pouco bem o irmão. 


Não o aceitou e pronto!

Apesar de durante toda a gravidez ela ser bem amável e protectora da minha barriga....apesar de lhe termos explicado que vinha um mano a caminho, de a termos levado às consultas da midwife, de a pôr a ouvir o coração do irmão e de a termos levado a um scan 3D...o que é certo é que, quando ela entrou no hospital e me viu com ele nos braços não reagiu nada bem.

Durante as primeiras semanas foi muito complicado gerir este relacionamento...e confesso que algumas vezes até me senti "culpada" por ter decidido ter um segundo filho e a fazer passar por todos estes sentimentos e lutas interiores.

Na minha cabeça - durante este período -  ficou uma coisa que a conselheira de amamentação me disse enquanto um desabafo meu sobre o assunto:

"Imagina o seguinte: o teu marido, que tanto amas...aparece em casa com outra mulher e diz-te...Agora tens de amar esta pessoa! Como é que reagias?"

E eu fiquei a pensar que de facto isto faz todo o sentido!

Até aquele momento foi sempre ela e eu/ela e nós.
Todas as nossas atenções estavam viradas para ela...e de repente, passaram a ser divididas!

Não era estranho ela estar em choque...não era estranho ela não conseguir gerir tudo isto!


Um dos meus grandes apoios durante esses primeiros dias foi a presença da minha mãe, que mal ou bem, acabava por a entreter com outras coisas e tentava tirar-lhe a atenção da nossa atenção sobre o mais pequeno (se é que me faço entender).

Mas durante os primeiros dias foi difícil. Difícil ao ponto da minha filha não querer que eu amamentasse o irmão!

Quando lhe perguntava se queria pegar no irmão, ela respondia logo que "Não!" (ou então fingia que nem me estava a ouvir).
A distância que ela mantinha dele, era a que mandava o protocolo...a distância de uma mãe e uma almofada, como vemos na fotografia!

Foi uma fase complicada...mas como todas as fases da nossa vida, nada melhor do que o tempo...e o que é certo é que aos poucos ela foi aceitando a presença dele!

Há dias excelentes, outros bons e outros menos bons.

Nalguns dias até somos beneficiados por assistir a uns "tantruns" horrorosos...em que finge que chora como um bebé enquanto está de joelhos no chão...

Conhecem a Peppa Pig?
Ela tem um irmão, o George! Esse porquinho chora a toda a hora...e é esse tipo de choro fingido que a Táta adoooora fazer.
"Huuuuããããã, Huuuuuãããã!" 
Que coisa mais irritante, diga-se de passagem! Mas fazer o quê? Digam-me lá o que se faz nessas alturas?

Recordo-me quando ela o pegou ao colo pela primeira vez...
e recordo-me também nas lágrimas que derramei a pensar  

"Boa! Isto vai ser possível"



Quando a levamos para a cama, ela tem o habito de dizer "bye bye pai, bye bye gato, bye bye avó...etc" e recordo-me também quando ela FINALMENTE, à bem pouco tempo, o inseriu também na lista.
Agora o "Bye bye mano" já faz parte do ritual e sai-lhe da forma mais natural possível.

Já lhe dá festinhas (algumas mais brutinhas, naquele jeito delicado dela),
Já lhe dá beijos...
Já pede para o pegar ao colo...

Assim que acorda, vai logo ao nosso quarto, a dizer "o mano tá óó"...

Cada vez que lhe mudamos uma fralda, ela também quer ajudar...e depois faz-nos a descrição anatómica dele "O bigo do mano, o niniz do mano, ozólhos do mano, a boca do mano, a mão do mano, o pé do mano, a oêia do mano"...e o que mais lhe apetecer do mano.

Decidimos ainda que ela precisava (e eu também) de um tempo nosso.
Eu e ela,
Só nós, como antigamente!

Assim sendo, todas as semanas, temos pelo menos duas sessões de open play no childrens center aqui da zona e uma aula de natação.
Estes momentos só nossos, melhoraram bastante o ambiente familiar e a estabilidade dela!

O que é certo, é que nestes 3 meses e meio, esta luta interna está a acabar.

Ela já entende que ele existe, está cá e que não vai embora!

E como se costuma dizer..."Se não os podes vencer, junta-te a eles!"






 




Com amor,

IE

Wednesday 2 November 2016

3 meses e meio de Vincent - Parte I

Pois é...Voltei a este meu espaço...confesso que já tinha saudades!
:)

Antes de começar a escrever, escrever e escrever....achei que seria fundamental contar a minha última e melhor novidade...que já tem 3 meses e alguns dias.

O Vincent nasceu no dia 18 de Julho de 2016.

De 17 para 18 comecei a sentir algumas cólicas...não passava das 3h da manhã e elas eram bem ligeiras.
O maridão estava a trabalhar no último dos 4 dias do turno da noite.
Apesar da excitação, não me levantei, nem acordei ninguém...aproveitei para descansar o que conseguisse durante a noite.
Quem é mãe de segunda viagem, sabe como tudo começa...e aquelas cólicas eram o inicio deste dia tão aguardado e esperado por nós.

Por volta das 8h da manhã, enquanto tomava o pequeno almoço com a Táta e a minha mãe, o maridão chegou. Disse-lhe logo que infelizmente não podia ir para a cama dormir porque as cólicas não tinham parado e passaram a ligeiras contracções.
Depois, avisei a minha amiga que tudo se preparava para o acontecimento e que ia precisar que ela ficasse com a Táta.
Obrigada Sandra, foste uma peça fundamental neste dia e tenho-te - como sabes - uma gratidão eterna.

Saímos de casa por volta das 9h e fomos andar...andar...andar...Dizem que faz bem, que o bebé se encaixa melhor e que ajuda no parto.
Concordo!
Na gravidez da Táta andei km, mas nesta nem por isso. No entanto, era capaz de nesse dia correr a maratona, porque só me apetecia andar.

O sitio ideal para esse efeito foi o Riverside Country Park,

Ficava perto de casa, junto ao rio e tinha a grande vantagem de ter um parquinho com balouços para que pudéssemos estar e entreter a Táta (e eu, como podem ver na fotografia)


As contracções estavam a ficar mais intensas, mas completamente suportáveis.

Recordo-me que estava um dia de sol...e que o calor era insuportável. Estávamos num dos dias mais quentes que o Reino Unido teve este verão.
Disse a quem me acompanhava..."Ainda temos tempo e está a apetecer-me um bife, portanto...vamos comer um bife?"

O maridão conduziu para o Harvester de Gravesend e lá fui eu comer o bife, a minha salada ilimitada e um gelado do tamanho do mundo...desculpem...mas não tive tempo de tirar a fotografia ao gelado...estava mais entretida a contabilizar as minhas contracções numa aplicação...que, acreditem ou não, a minha mãe apagou acidentalmente no hospital!

Saímos do restaurante e fomos direitos a casa.

As coisas por esta hora já estavam a ficar mais complicadas. A dor começava agora a aumentar de intensidade, mas como aqui no Reino Unido só nos aceitam no hospital quando temos no mínimo 3 contracções em 10 minutos, ainda não estávamos prontos para agarrar nas malas do hospital e ir para lá!

Em casa esperámos pela Sandra. Ela chegou, tomou um cafézito, deu-me o apoio moral que se esperava, desejou uma hora pequenina e saiu com a Táta.
A minha filha foi uma menina grande e portou-se muito bem!

Eram cerca das 15h30 quando ligámos para o hospital. As contracções eram já 3 em 10 minutos.
Assim que falaram comigo, disseram logo para nos pormos a caminho para, assim que chegássemos ao Hospital, eles fazerem a avaliação.

Recordo-me que apanhámos muito trânsito, porque coincidiu com as horas das saídas das escolas e esta zona fica "entupida" de carros.
Recordo-me de ter chegado ao Hospital e até chegar ao Birth Center ter tido pelo menos umas 4 contracções..portanto o trabalho de parto estava bem adiantado.
Recordo-me de durante essas contracções as enfermeiras e voluntárias com quem me cruzei me perguntaram se queria uma cadeira de rodas...e eu recordo-me de amavelmente ter dito que não!
Recordo-me de esperar horas pelo elevador...mas afinal nem foram horas....foras apenas 3 minutos e quase 2 contracções...
Recordo-me de estar quase a chegar ao quarto andar e dizer ao maridão..."vai andando, diz que já chegámos...e que eu já lá chego!"

E cheguei...
Custou, mas cheguei!

Óbvio que assim que lá cheguei não houve avaliação nenhuma. Estava a ter contracções de 2 em 2 minutos...e elas decidiram que eu deveria ir directamente para a "Suite Daisy"!




Começaram a encher a banheira...e fizeram o toque...
Pois bem...estava já com 7 dedos de dilatação!!!

Entrei na banheira...e nem 10 minutos depois estava a fazer força para ter o meu príncipe nos braços. Foi tudo tão rápido.
Desde a entrada do hospital, por volta das 16h, até o Vincent nascer só passou 1h30m.
Como o maridão disse "desta vez nem deu para ficar nervoso..."!

O Vincent nasceu com 3.750kg e 55cm.
Pegou logo bem no peito e estava ali...perfeitinho...

É um menino muito bom.
Deixa-nos dormir a noite praticamente toda.
Está sempre bem disposto, sempre a sorrir e raramente chora. Quando o faz é porque está cansado e quer dormir ou então quando começa a ficar com fome.

Tem o olho azul igual ao da mana (mais uma vez e nesta questão dos olhos puxaram à avó Nini)!

Continua a ser amamentado exclusivamente e com 3 meses e meio pesa 8kg e pouco e já tem cerca 68cm. A roupa que veste é roupa dos 9 aos 12 meses!
Portanto acreditamos que ele vai ser alto!

Apesar dos dias menos bons, das chatices e do cansaço (porque ele existe...mesmo quando dormimos bem de noite)...estamos felizes!


Com amor,

IE

(continua amanhã)


Tuesday 1 November 2016